Por Equipe Cão Cidadão
A sociabilização é um assunto muito importante, e sobre o qual as pessoas normalmente não têm conhecimento. Este procedimento consiste em apresentar ao cão coisas com as quais ele vai conviver durante toda sua vida. Cães que não são devidamente sociabilizados podem desenvolver comportamentos compulsivos, ansiedade, agressividade, dificuldade de aprendizado e reações inadequadas a novos estímulos.
Janela do aprendizado
E existe um período ideal para sociabilizar o filhote: ele começa aos 50 dias e idade e se estende apenas até o 85º dia. Nesse momento, cérebro do cãozinho já está devidamente desenvolvido para aprendizado, e é a melhor hora de apresentar ao cão cheiros diferentes, barulhos, outros animais e humanos, crianças, objetos da casa, ou seja, inúmeros fatores e situações que, se deixarmos para apresentar mais tarde, pode ser que o cão não reaja da mesma maneira e acabe por sentir medo ou desconfiança.
Alguns especialistas em comportamento chamam esse período de “janela” de aprendizado”, pois dura apenas um mês e depois se fecha, impedindo que o cão viva as situações da mesma maneira. Após essa fase, o cérebro se modifica e prepara o animal para situações as quais não se familiarizou como uma forma de perigo, sendo que esses momentos poderiam ser vivenciados antes, se sociabilizados, como algo normal, como o som de um aspirador ou de um liquidificador, por exemplo.
No entanto, não podemos deixar de levar em conta que nessa época o cão ainda não tomou todas as vacinas... Logo, temos que colocar na balança o quanto é adequado expor o cão sem que o coloquemos em risco. Por exemplo, podemos levar o cão para dar uma volta de carro, o que já é suficiente o apresentará a sons de motos, caminhões e cheiros diversos da rua sem que o coloquemos em risco. Apresentá-lo a outros animais, só se eles estiverem vacinados e com saúde. Uma volta com o cachorro no shopping, com ele em seu colo, pode ser ótimo para encontrar pessoas diferentes, sem colocá-lo em perigo de contrair doenças. É preciso lembrar que ao considerar estas exposições estamos assumindo um risco e devemos sempre procurar orientações de um profissional para tomar determinadas atitudes.
É também muito importante que durante a sociabilização que os estímulos não causem sensações desagradáveis ao animal. Por exemplo: se vamos apresentar um gato ao filhote, é necessário que o bichano também já tenha sido sociabilizado e que aja de maneira que não assuste o cão. Se ocorrer uma experiência assustadora, como unhadas ou perseguição, o cão pode acabar se traumatizando, o que é o contrário do que queremos.
E cães adultos?
A sociabilização de cães adultos é um pouco diferente... Na verdade, ela pode ser considerada mais como uma dessenssibilização, já que o animal já possui traumas e manias que desenvolveu por não ter sido apresentado à determinada situação no período correto. Nestes casos, é preciso um pouco mais de paciência e, se possível, contar com a ajuda de um especialista em comportamento animal para auxiliar no processo.
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Texto: Daniel Svevo (consultor de comportamento da Equipe Cão Cidadão)
Revisão e Edição: Alex Candido
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