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segunda-feira, 12 de julho de 2010

Compulsão: como agir contra a lambedura compulsiva


Para tratar o assunto de "Lambedura Compulsiva" devemos antes saber o que significa um comportamento compulsivo. Como sabemos, faz parte do comportamento natural do cão e, principalmente, do gato, o ato de se lamber. Uma boa definição para a maioria dos casos que classificamos como compulsivo seria de um comportamento repetitivo, constante e que não tem como finalidade algum propósito aparente. Seria estranho observar um gato que não tem o costume de se lamber. Porém, se observarmos um cão se lambendo na mesma frequência de um gato podemos entender que existe algo fora do normal e verificar o que pode estar causando este comportamento: Uma compulsão ou um problema de outra ordem, como uma infecção entre os dedos, entre outras.

O surgimento dos distúrbios compulsivos ocorre quando o animal se encontra em situações de estresse, frustração, conflito, ansiedade ou falta de situações apropriadas para extravasarem sua energia. Quando juntamos estes fatores com o tempo e uma predisposição genética do animal, podemos considerar que existe um comportamento compulsivo. Esses comportamentos, como o de lamber em demasia suas patas, pode ser a forma que o animal encontrou para se acalmar.

O que podemos fazer?

Primeiramente, devemos identificar as situações iniciais (de estresse, conflito ou ansiedade) que dão origem aos comportamentos. Evitar essas situações ou torná-las agradáveis por meio de treinamento já é um começo. Se a lambedura chegar a um ponto do animal causar feridas em si mesmo, pode ser necessário bloquear temporariamente o comportamento como por meio de guia, colar elisabetano ou medicação de modo que não aconteçam mais lesões. Para isso, você deve contar com o auxílio de um veterinário de sua confiança.

A maneira como o dono lida com a situação pode contribuir muito para o problema persisti. Por isso, muita atenção! É importante saber que, brincadeiras, petiscos e carinho dados enquanto o cachorro se lambe podem recompensar o comportamento. Broncas diretas também podem significar atenção dada ao bicho. Se os donos se mostrarem ansiosos ou perturbados, isso pode também aumentar o estresse e ansiedade do cão.

Para este cão, uma das formas de tratamento consiste em promover diversas e variadas formas de exercício e interação social (caminhadas, agility, natação, adestramento) coisas que, além de diminuírem a ansiedade, também promoverem cansaço físico e equilibram a química do cérebro.

Uma modificação ambiental pode ser de extrema importância, fazendo com que o animal gaste seu tempo interagindo de maneira adequada no local em que vive. Uma dica eficiente é esconder petiscos pela casa, a fim de estimular a investigação e exploração, ou então fornecer a refeição do animal dentro de uma garrafa PET, para que ele trabalhe para retirar os grãos de ração de dentro.

Para interromper o comportamento compulsivo podemos utilizar broncas que não estão associadas à atenção do dono. Chacoalhar uma lata cheia de moedas, usar um spray de água ou com gosto amargo podem ajudar.

Terapia com medicação que regule o equilíbrio de neurotransmissores no cérebro devem atuar como coadjuvantes neste tratamento comportamental, o qual em determinados casos também deve ser acompanhado por um profissional.

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Texto: Daniel Svevo (Consultor Cão Cidadão)
Revisão e Edição Final: Alex Candido

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